A repórter de um canal de TV estava na cerimônia e festa de casamento de um jovem casal. Foi investigar o tema de quanto os casais gastam para o grande dia. A igreja impecavelmente decorada com flores da entrada ao altar. Três violinistas e um tenor cantaram durante a cerimônia. O vestido da noiva, o terno do noivo, a dama de honra e o pajem, os trajes dos padrinhos… tudo em perfeita harmonia visual.
As mesas para os convidados. O jantar de três pratos. O DJ animando a festa. O vídeo com a história do casal. A limusine esperando na porta…
A repórter parabeniza o noivo e pergunta: “Quanto custou tudo isso?”
Ele responde, “Bom, só da minha parte, mais de 30 mil reais, mas os pais
dela também ajudaram muito.” E ela acrescenta: “Vale a pena?” A
resposta dele diz tudo: “Sempre foi o sonho dela, então eu acho que
desse ponto de vista é importante.” Ainda bem que a noiva não ouviu.
Estava do outro lado cumprimentando os convidados.
Deixe-me esclarecer logo: não sou contra que os casais gastem o
quanto quiserem para o dia do casamento. Cada um faz o que quer com seu
dinheiro. Sobre isso já falei com detalhes aqui. Hoje quero falar sobre o mito do casamento versus a realidade.
O mito é bem ilustrado pelo típico dia do casamento. Todo aquele
investimento para um dia, para eternizar o momento, render boas fotos e
um bom filme, ilustra bem o mito do “felizes para sempre”. É a fantasia
dos noivos, mais especialmente da noiva (desculpem, mulheres), de que
casamento é aquilo que dizem os cartões que acompanham os presentes.
“Vocês nasceram um para o outro.” “Que todos os dias sejam cheios de
amor, paz e harmonia.” Tudo muito romântico, porém a realidade pode
começar já na segunda manhã da lua-de-mel.
O que me intriga é que quase não se fala por aí dos dias difíceis do
casamento. Casamento dá trabalho e haverá dias — semanas, meses, ou anos
— de dificuldades. Você tem que saber disso de antemão porque quem entra no casamento pensando nas historinhas da Disney vai acordar um dia ao lado de um sapo.
Pergunte a qualquer casal maduro, que hoje vive feliz e bem ajustado, se não tiveram seus anos de deserto. Cristiane e eu finalmente só nos ajustamos depois de 12 anos
de casados! Fico pensando nos casais que desistiram nos primeiros
cinco, sete, dez anos de casamento — ou que ainda estão casados mas
pensando no divórcio. Abandonaram o barco na primeira tempestade porque
só esperavam brisa e dias de sol.
“Ele não me ama mais.” “Ela não é mais a mesma.” “Eu o amo mas não
sinto mais nada por ele.” (Difícil de explicar este último, mas ouvimos
isso demais.)
Mulheres, quando vocês trocaram os votos no altar e disseram “Na
alegria e na tristeza”, o que vocês achavam que “tristeza” queria dizer?
Homens, o que adianta zerar a conta bancária para alegrar a mulher no
dia do casamento e depois investir zero de tempo e esforço nos anos a
seguir?
Saiam do mito. Entrem na realidade. Casamento feliz existe, sim — para quem trabalha para construí-lo.
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