quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O PC desktop (ainda) não morreu. Mas veja quem já tentou matá-lo!


Não faltam produtos e conceitos ansiosos para declarar nosso bom e velho computador de mesa como uma coisa do passado. Conheça alguns deles.

“O computador desktop morreu. A era da torre bege sobre nossas mesas terminou e o futuro pertence aos smartphones, notebooks e tablets!”, dizem os críticos e experts. O único problema é que o desktop está vivinho da silva, embora não seja mais tão popular quanto no passado.

“Ao longo dos últimos anos o mercado mundial de PCs se estabilizou em 80% de notebooks e 20% de desktops”, disse recentemente à PCWorld Stephen Baker, Vice Presidente de Análise da Indústria no NPG Group, uma empresa especializada em pesquisas de mercado.

Os notebooks comeram uma grande porção do mercado dos desktops entre o início e meados da década passada, diz Baker. Mas as vendas de desktops se estabilizaram e representaram 20.3 por cento das vendas de todos os PCs entre os consumidores nos EUA em 2011, com números similares ao longo dos últimos anos.

Entretanto críticos, experts, analistas e até mesmo executivos de empresas de tecnologia não conseguem parar de tentar relegar o desktop aos livros de história. Com isso em mente, vamos dar uma olhada em dez produtos que deveriam ter matado, “estão matando” ou irão matar o desktop, incluindo consoles de videogame, smartphones, tablets, computadores em rede e até recessões em escala global.

1. Notebooks

Não há época melhor para declarar a morte do desktop do que o fim de ano, e a Reuters liderou o cortejo no início de 2009 ao relatar que nem um modelo sequer esteve presente na lista de PCs mais vendidos na Amazon no Natal de 2008. Enquanto isso, sete notebooks estavam entre os preferidos do público. A Reuters disse que este era “mais um sinal de que o domínio do desktop estava enfraquecendo” e se perguntou se “haveria espaço para os desktops no novo mundo dominado pelos notebooks”.

2. Tablets

Desde que Stee Jobs anunciou o iPad em 2010 que pessoas proclamam que o aparelho representa o fim do PC desktop. O iPad “é a maior ameaça ao desktop como o conhecemos”, disse o site Neowin. Entre as vantagens do produto da Apple, e seus similares, estaria a autonomia de bateria, além do fato de que a maioria das pessoas usa um PC para coisas que são mais fáceis de fazer em um tablet, como ler e-mail, conversar com amigos no Facebook e assistir vídeos no YouTube.

3. Smartphones

Você já ouviu alguém afirmar que os smartphones representam o fim da era dos PCs? Pois foi o que disse Nigel Clifford, um executivo de tecnologia, à CNET. Segundo ele os PCs estarão “nas últimas” em cinco anos. O detalhe é que ele fez esta declaração há mais de cinco anos, em outubro de 2006, quando era CEO da Symbian Software Ltd. Lembra-se dela? Ela criou um sistema operacional para smartphones e foi adquirida pela Nokia em 2008. Volte a 2012 e você verá que a empresa finlandesa está abandonando o sistema operacional Symbian em favor do Windows Phone 7. E os desktops? Ainda estão por aí!

4. Video Games
Via nerdzord.com

Essa circulou por aqui: os videogames estão matando o PC desktop. Era a opinião de Olin Coles, um de nossos Editores Executivos responsável por benchmarks e reviews, no início de 2011. Mas o que Coles prevê é uma morte lenta para os “desktops feitos sob medida para jogos ou outro uso recreativo”.
Segundo ele, à medida em que mais e mais pessoas escolhem dispositivos móveis e notebooks em vez de desktops, o último refúgio das “torres” será como uma plataforma para games. Mas com a popularidade dos consoles e empresas lançando seus games primeiro neles, o desktop também estaria condenado neste mercado. Coles ainda não está pronto para anunciar a morte do desktop, mas diz que “o fim de uma era está próximo, então aproveite enquanto puder”.

5. Internet, web, cloud
Foto: guiadopc.com.br
“A indústria de computadores desktop está morta. Praticamente não há mais inovação”, disse Steve Jobs à revista Wired em 1996 durante seu êxodo da Apple, a empresa que ele fundou junto com Steve Wozniak. Jobs disse que a Web era o futuro, e argumentou que hardware projetado especificamente para fornecer acesso a ela (os chamados “terminais web”) seria um possível futuro.

Pra ser justo, o que Jobs quis dizer foi que a Microsoft era dominante demais no mercado desktop para que qualquer inovação pudesse acontecer. Mas a declaração de Jobs é um exemplo de como, assim como hoje, as pessoas em meados da década de 90 viam a Web e aplicativos Web como o futuro da computação.

6. Computadores de rede

Junto com o frenesi da web na década de 90 veio o conceito do “computador de rede” (Network Computer, ou NC) como o JavaStation da Sun Microsystems, lançado em 1996 e projetado com o único propósito de colocar o usuário online. Estes aparelhos não tinham HDs, slots de expansão ou leitores de CD-ROM e custavam a partir de US$ 700. Outras empresas, como a Oracle, começaram a alardear o computador de rede como o fim do desktop. Em certo ponto até mesmo a Microsoft experimentou o conceito com o “Simply Interactive PC”. Mas o NC perdeu força com a queda de preço dos desktops durante os anos 90, equipados com browsers cada vez mais sofisticados para que os usuários pudessem entrar online.

7. A recessão entre 2008 e 2009

As vendas de desktops cairam vertiginosamente durante a recessão entre 2008 e 2009, enquanto as vendas de notebooks se mantiveram, de acordo com o site britânico de tecnologia The Inquirer. Isto levou à especulação de que a morte do desktop estava mais perto, e as pessoas estavam migrando para os notebooks.
Como os tempos mudaram! A empresa de pesquisa de mercado IDC previu em Junho passado que o mercado mundial de PCs desktop ainda continuará a crescer até 2015 no ritmo de 1 por cento ao ano. Mas os notebooks, entretanto, crescerão em uma velocidade muito maior, cerca de 15% ao ano entre 2012 e 2015.

8. Os “Zero Client”

Em 2008 o “assassino” da vez era um pequeno cubo mais ou menos do tamanho de uma caixa de CDs chamado Pano. Um “Zero Client”, o Pano consistia em um mouse, teclado, monitor e disco USB externo que se conectava a uma máquina Windows virtual armazenada em um servidor remoto. O aparelho não tinha um sistema operacional, drivers, processador, memória, HD ou GPU, e por isso seria muito mais fácil de instalar e configurar.

“O Pano e a tecnologia de virtualização irão revolucionar o desktop”, disse um revendedor à publicação inglesa Techworld, uma de nossas irmãs. A Pano Logic, empresa por trás do produto, continua a vendê-lo, mas o conceito ainda não conseguiu substituir o PC.

9. Chromebooks: a volta dos NCs?


“Aparelhos com manutenção zero como os Chromebooks irão matar o PC e o Windows em 10 anos, acertando em cheio um golpe no peito do Windows, um dos principais pilares da Microsoft”, disse Tim Beyers para o site The Motley Fool em maio passado.

Segundo Beyers os computadores baseados em um browser (como os Chromebooks e seu Chrome OS) são o futuro graças à popularidade de serviços online como redes sociais e streaming de música e vídeo, e ao uso de plataformas baseadas na web nas empresas. E não serão só os desktops que partirão “desta para a melhor”: Beyer acredita que até 2020 todos os PCs terão sido varridos do mapa, ao menos entre os usuários corporativos.

Não sabemos quantos Chromebooks foram vendidos até agora, mas as reduções de preço feitas pelos fabricantes durante o fim do ano sugerem que o conceito de “navegador como sistema operacional”, base dos Chromebooks, ainda vai demorar para pegar.

10. Desktops

O PC desktop está morto, ou ao menos aquela torre bege que ficava sobre a mesa ou escondida atrás do monitor está, diz Nate Ralph, da PCWorld EUA. A torre será “uma relíquia de uma era passada”, usada apenas por um pequeno subconjunto de usuários que precisam modificar o hardware, como gamers e usuários corporativos. 


Todos os outros irão migrar para máquinas “all-in-one” (com todos os componentes integrados à tela) graças a inovações como os processadores Intel Ivy Bridge e AMD Piledriver, que permite máquinas mais finas e mais elegantes.



O desktop está morto. Longa vida ao desktop!


Ian Paul, PCWorld EUA