O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares. Festejado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, a data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional.
Segundo alguns estudos, Zumbi nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antônio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de português e latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com 15 anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
Nomes de pessoas que lutaram pelo movimento negro no Brasil:
Em 1910, João Candido participava e comandava a Revolta dos Marinheiros no Rio de Janeiro. O desfecho dessa Revolta foi o fim dos castigos corporais na Marinha. Porém, João Cândido foi expulso e renegado pela Armada Brasileira, por parte da imprensa e da sociedade.
Aniceto do Império, grande nome do samba do partido-alto, uma das variações do estilo marcada pelo improviso. Aniceto foi um dos fundadores da tradicional escola de samba carioca Império Serrano, em 1947.
Fundador da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, Angenor de Oliveira - Cartola - foi cantor, compositor, poeta e violonista. Ao lado de sua esposa Dona Zica, inaugurou o Zicartola na década de 1960, reduto de grandes nomes da música brasileira que reunia representantes da bossa nova da zona sul carioca e sambistas do morro.
Clementina de Jesus trabalhou por 20 anos como empregada doméstica para se sustentar até se apresentar nos palcos do Rio de Janeiro como intérprete. Seu canto, muito influenciado pelos terreiros de candomblé, conquistou a crítica, compositores, artistas e o público. Apenas em 1964, aos 62 anos, conseguiu o reconhecimento como artista.
Maria Firmina foi a autora do primeiro romance abolicionista e uma das raras representantes da literatura feminina no Brasil do século 19. Ela escreveu o livro intitulado “Úrsula”, uma produção que apresentava a temática do negro e a condição dos afrodescendentes na sociedade daquela época.
Deputado, secretário estadual e senador, Abdias Nascimento foi também pintor autodidata, escritor, jornalista, poeta e ator. Ganhou reconhecimento pelo engajamento na defesa dos direitos humanos dos afrodescendentes, que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2010.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. Essa lei também torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas, as aulas sobre os temas História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, estão proporcionando o resgate das contribuições dos heróis da nação nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
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