Neste sábado (18), bispo Edir Macedo e dona Ester completam 39 anos de casados, com um relacionamento repleto de amor e respeito.
Felizes por estarem completando suas bodas de mármore, o que  corresponde a 39 anos de casados, o bispo Edir Macedo e a esposa Ester  Bezerra falam em entrevista sobre os principais ingredientes para um  relacionamento bem-sucedido.
São 39 anos de casados. Vocês chegaram às bodas de mármore.  O  mármore é sólido e a relação de vocês também. Como foi a construção  deste relacionamento através dos anos?
Quando a gente casa é uma maravilha. E nós nos casamos pela fé, pois  namoramos, noivamos e casamos em oito meses. Não tínhamos muito  conhecimento um do outro, nos casamos em condições desvantajosas devido à  situação econômica, mas casamos e vivíamos muito bem, nosso  relacionamento era maravilhoso. Combinávamos direitinho, não tínhamos  problemas, mas quando nasceu a Cristiane, nossa primeira filha, que era  muito linda, a Ester ficou dividida e aí começaram os problemas, pois  fiquei em segundo plano e senti muito. Neste período começou a nossa  fase de adaptação, porque até então tudo estava indo tudo bem. Considero  este momento uma parte de nossa adaptação. A outra ocorreu quando a  Viviane, nossa segunda filha, nasceu. Ela nasceu doente, com lábio  leporino, foi uma etapa difícil. Mas a Viviane nos trouxe  amadurecimento, foi um período em que nos unimos, juntamos nossas  forças. Nosso relacionamento melhorou muito a partir dali e aquelas  diferenças infantis por parte de ambos foram sanadas por conta daquele  problema que estávamos enfrentando. A partir dali sempre tivemos bons  momentos.
 Não tiveram mais momentos ruins?
É claro que não posso afirmar que tudo foi 100%, pois nunca são 100%;  são duas cabeças e duas cabeças são duas cabeças!  Mesmo que os dois  tenham o Espírito Santo, são pessoas diferentes e para conciliar o gosto  de ambos é difícil.
Vocês não têm gostos parecidos?
Nossos gostos são bem diferentes. Ela gosta de frio e eu gosto de calor.  Ela gosta de ar-condicionado, eu odeio. Ela gosta de arroz soltinho e  eu de arroz ‘papa’. São muitas bobagens, mas que nunca fizeram  diferença, pois sempre nos demos muito bem.
O que foi mais difícil para vocês no início?
No nosso caso, o problema foi em relação à família. Quando estávamos  sozinhos era uma maravilha, mas quando chegavam meus parentes…  Se  alguém falasse algo que a Ester não gostava, aí começava o problema, as  divergências de opinião, os atritos. Eu era muito ligado à minha mãe e  se alguém falasse algo a respeito dela era briga comigo na certa! Quando  casamos, a mulher torna-se a mãe e o marido o pai da mulher, mas até  chegar a esse nível de consideração, como substitutos do pai e da mãe,  pode se passar por esses percalços dos desentendimentos. Com o tempo  isso foi superado, até pelo fato de estarmos na obra de Deus, distantes  da família. Eu agi errado em relação à minha família, pois num  relacionamento, quando entra alguém no meio, é complicado.
Somente o amor sustentaria esse relacionamento?
Eu não tenho nenhum receio de falar o seguinte: eu amo a Ester, sempre  amei, mas primeiro eu amo o meu Deus. Por esse temor a Ele, respeitamos o  relacionamento, a outra pessoa com quem fizemos uma aliança. Se Deus  não estivesse no nosso meio, o amor poderia ajudar muito, mas não seria  suficiente. O nosso relacionamento seria bom, mas tenderia a se  desgastar. Se não houver o Espírito Santo, que é a peça fundamental numa  união, é impossível a relação dar certo. Casamento é algo difícil, até  por conta das facilidades. Muitos, mesmo amando, não conseguem fazer  sacrifícios. Se não houver Deus no meio, a cola entre os dois, haverá a  terceira pessoa porque até o relacionamento deteriora. Eu a amo, mas se  não fosse o Espírito Santo, o temor a Deus, a presença dEle, o casamento  não teria estrutura para resistir às facilidades que o mundo oferece.
Na época em que o senhor decidiu que ela seria sua esposa, que fatores contaram mais?
O fato de ela ser temente a Deus, pois eu sabia que se ela não fosse  temente, na hora das dificuldades e diferenças não iria suportar e eu  não ficaria com ela. Veja como Deus é de suprema importância. Eu sabia  que se cassasse e se a pessoa não mostrasse que era de Deus, eu não  seria fiel. Se eu não me casasse com uma mulher de Deus, minha salvação,  que é o mais importante, estaria em risco. Eu já tinha namorado muitas  moças e não tinha encontrado nenhuma jovem que tivesse de acordo com a  minha fé. Quando a conheci, eu já procurava há 7 anos uma pessoa para  compor uma família.
As dificuldades financeiras nos primeiros anos de casamento afetaram o relacionamento de vocês?
Os problemas financeiros são cruciais e podem afetar o casamento. Quando  conheci a Ester, ela vinha de uma frustração, de um problema grave. O  pai dela, que era um homem rico, perdeu tudo da noite para o dia, isso  chocou muito a ela e a família toda. Deixaram de morar numa mansão para  morar numa casa simples. Eu nunca passei por isso, pois minha família  nunca foi rica, mas nunca nos faltou nada. Esse tipo de problema não me  atingia, mas entendia o lado da Ester. Quando nos casamos, vivíamos  contando as moedinhas para comprar as coisas e muitas não podíamos  comprar. Era uma vida muito limitada, mas isso não abalava em nada o  nosso relacionamento; pelo contrário, ficávamos cada vez mais unidos.  Ela não era exigente, sabia das minhas condições.
Dona Ester – Por causa das dificuldades, ficamos  mais unidos. Muitas vezes, eu sentia vontade de comprar algo, comer  algo, falava com ele e depois me arrependia, pois sabia que ele não  tinha condições. Mas conversávamos muito, fazíamos conta do que tínhamos  para pagar.
Bispo Macedo – É verdade. Sentávamos um do lado do  outro no banheiro e conversávamos sobre as finanças. Estas dificuldades  eram vivenciadas por nós dois, ninguém sabia de nada. E isso aconteceu  após o nascimento das nossas filhas, pois antes não tínhamos estes  problemas. Vivíamos de forma regrada, mas não passávamos necessidades.
O nascimento de suas filhas foi motivo de alegria para vocês? Elas foram planejadas?
Quando Ester me disse que estava grávida da Cristiane, fiquei muito  chateado e falei para ela! Não foi planejado. Eu fazia de tudo para  evitarmos a gravidez. A Ester tomava anticoncepcionais e passava mal e  eu fazia minha parte, usava camisinha. Depois veio a Viviane e aí eu  tive que trabalhar mais. Saía de casa, ia trabalhar pela manhã no IBGE,  depois numa outra empresa pública, depois ia dar aulas particulares de  matemática e ainda ia para a faculdade. Chegava em casa 11 e meia da  noite.
Costuma-se falar nas chamadas crises conjugais: dos 7, 10, 20  anos… O senhor acredita nisso? Vocês passaram por algum momento desses?
Para quem é de Deus, não existe crise, mas isso é uma realidade. Os 7 anos realmente são muito difíceis.
O senhor falou da interferência de sua família no relacionamento de vocês. Pode falar um pouco mais sobre isso?
Quando casei, tinha 27 anos e a Ester, 22; era muito inexperiente. Não  fui orientado pela minha família, nenhum pastor me orientou de que  qualquer interferência familiar em nosso relacionamento deveria ser  evitada. Se eu tivesse sido orientado, não teria vivido problemas com a  Ester. Eu considerava muito minha família, especialmente a minha mãe, e  aí vieram os problemas. Quando casamos, temos que sacrificar; se você  não sacrifica, então não está se casando e, sim, se amigando. Esta é a  nossa política: casou? Continue tendo respeito pelos seus pais, mas o  primeiro em sua vida é seu(sua) esposo(a)!
Qual a importância do sexo num casamento?
Acho que a importância é 100% e deve ser considerado por todos os  casais. No início de um casamento, o sexo é o fundamental, mas para o  casal de meia idade, já não é a questão mais importante, pois existem  outros valores. O sexo ainda é fundamental e sempre será, mas existem  outros valores que foram cultivados com o tempo, como a consolidação do  amor, o companheirismo, a intimidade, entre outras virtudes.
O senhor aconselha casamento entre pessoas muito jovens?
Aconselho, pois acho que quando o casal se une cedo tem a oportunidade  de se conhecer mutuamente e isso é saudável. Eles terão experiências  ricas que poderão dividir juntos.
Quem é mais romântico?
A Ester sabe o quanto a amo e demonstro isso em atitudes. Por exemplo,  não gosto de ficar sem ela por perto. Realmente nos completamos, somos  muito companheiros. Demonstro meus sentimentos com minhas atitudes de  zelo e atenção para com ela.
Dona Ester – Eu sou muito romântica, carinhosa,  gosto de demonstrar isso. Já mudei várias questões para agradá-lo. Ele  prova o seu amor com atitudes, carinho.
 E a questão da fidelidade no casamento de vocês?
Sempre disse a Ester que o que sustenta o nosso casamento é o temor a  Deus, pois se eu não considero uma pessoa que vejo, como considerarei a  que não vejo? Por isso a importância de escolher a pessoa certa. Nós  comungamos a mesma fé. Nosso casamento foi dirigido pelo Espírito Santo,  não pelos homens.
Vocês estão sempre rodeados de pessoas. O que gostam de fazer quando estão sozinhos? O que compartilham juntos?
Eu e Ester vivemos uma vida simples. O que mais gosto de fazer é ficar  em casa com ela, os dois sozinhos. Minhas filhas casaram e hoje temos  tempo para conversar, estar perto um do outro. Não gostamos de sair,  jantar fora, nada disso.
Dona Ester – É verdade. Aliás, sempre que saímos,  ele reclama, pois apesar de apreciar pratos simples, é exigente, gosta  de comida bem feita. Sempre que saímos, ele reclama (risos).
O senhor tem duas filhas casadas que sempre comentam o  exemplo dado por vocês.  Como foi a orientação sobre sexo e casamento  para elas?
Sempre muito direta, sem rodeios. No dia do casamento delas, antes de  eles colocarem as alianças, eu disse às duas: “Ele agora é o seu marido,  o primeiro, antes de mim ou de sua mãe. A partir deste momento, saímos  da vida de vocês.” Elas colocaram este ensinamento em prática, são  caxias. Às vezes, até queremos ficar um pouco mais de tempo com elas,  mas vão embora, pois sabem do papel delas. Este foi o grande ensinamento  que passei para elas e que não tive. Tanto os meus genros como minhas  filhas cuidam uns dos outros, por isso, vão criando laços, se  solidificando cada vez mais.
Nestes  33 anos de Igreja Universal, o senhor foi “cupido direto” de muitos  casais. O senhor lembra-se de alguma “indicação” sua que deu certo? 
É verdade e são vários casamentos. Lembro do bispo Marcus Vinicius e da  Ângela. Ele era um rapaz forte, fazia fisioterapia, chamava atenção. Ela  era uma jovem dedicada, sempre na igreja, não era um modelo de beleza,  ao contrário dele. Lembro que conversei com ele sobre isso, destacando  que ela era uma pessoa de Deus e que a beleza um dia se deteriora. Ele  não aceitou inicialmente meu conselho, dizia que ela não era o tipo  dele. Mas Deus os abençoou e eles acabaram se casando.
Mas a beleza não é importante?
É importante, sim, mas acaba. Muitas pessoas casam olhando o material, a  beleza exterior, mas isso acaba. Para você ser feliz, tem que ter paz e  para isso tem que estar casado com uma pessoa que compreenda você, seja  sua companheira, cuide de você. Ele(a) tem que ser uma pessoa de Deus.
Qual a sensação de dar um empurrãozinho para fazer as pessoas felizes nesta área em que há tanto sofrimento e solidão?
Quero muito bem às pessoas que estão perto de mim. Desejo-lhes a  felicidade que eu tenho. Quem é de Deus quer o bem do seu próximo.
O senhor comentou sobre as diferenças de gostos entre vocês e  isso, para alguns casais, é algo extremamente conflitante. Como  conseguiram administrar as diferenças?
Quando há a direção de Deus, é certa a felicidade mesmo com os  problemas, as diferenças e os conflitos que possam existir. Aliás, é até  bom que existam, pois é uma oportunidade para que se conheçam um ao  outro. Os atritos são oportunidades para você conhecer os limites do  outro.
 É verdade que o senhor desistiu de casar com uma jovem faltando pouco tempo para o casamento?
Sim. Era uma jovem muito bonita da igreja que eu frequentava. Orei,  teimei com Deus, até que consegui namorá-la. Fiquei todo feliz, mas  faltando dois meses para casarmos, surgiram as dúvidas e o medo. Aí eu  orei para que o Senhor a tirasse da minha vida! Falei com Deus para me  ajudar, pois estava comprometido, numa “sinuca de bico”. Mas usei a fé  inteligente e não me casei com ela! Graças a Deus, pois depois conheci a  pessoa certa.
A sua posição em relação ao casamento não pode ser considerada machista?
Não e sei que Ester não acha isso. Temos a consciência dos nossos papéis  e lugares. A Ester não é o cabeça, o cabeça sou eu. Ela é o corpo até o  pescoço. É ela quem move a cabeça, somos um corpo, mas o Senhor Jesus é  o cabeça.  Ela precisa respeitar a minha posição e eu a posição dela. A  responsabilidade é mútua, uma aliança. Eu não tomo nenhuma decisão sem  falar com ela, porque quero que ela concorde e ela idem. Agimos desta  forma: se não concordamos em algo, procuramos rever nossos conceitos e  muitas vezes ceder em favor do outro.
Na parte espiritual, no comando da Igreja, também entram em concordância?
No que diz respeito à parte espiritual, sou incisivo, pois sou o cabeça e  pronto! Será o que eu determinar, pois há uma liderança espiritual.  Agora, para os outros aspectos somos mais maleáveis.
Em que outra questão ela não consegue convencê-lo?
Se a Ester quiser me convencer a comer algo que eu não queira, não  conseguirá, não dá, não farei sacrifício nenhum, pois nossos gostos são  muito diferentes (risos).
Um conselho para quem, mesmo diante das estatísticas de divórcio e separações, quer manter o casamento feliz.
Aconselho o que nós praticamos. Se a pessoa não tiver o Espírito de  Deus, vai dar com os burros n’água, pois é Ele quem nos guia. Eu me  converti aos 18 anos, namorei muitas garotas, tive muitas decepções,  mesmo dentro da igreja. Namorei muitas garotas fisicamente maravilhosas,  mas sabia que não daria certo. A vida de um homem depende de uma  mulher, ele não pode viver sozinho, pode ter dinheiro, mas sem uma  companheira será infeliz e miserável. Dinheiro, sucesso e beleza não vão  resolver o problema, nada sustenta um casamento se não houver primeiro o  temor a Deus acima de todas as coisas. O casamento é como duas batatas  separadas. Você cozinha e no dia do casamento vem se juntar. Se não  houver o leite do Espírito Santo, o purê não dá certo. O leite do  Espírito Santo é que dá a liga, aí não há separação.
O seu casamento pode ser considerado um referencial?
Se o considerarmos uma verdadeira aliança, do tipo com a Divina, creio que sim.
O que mais admira em sua(seu) esposa(o)?
Ela fala pouco. Para mim, isso é uma virtude indispensável no casamento.
Dona Ester – A sinceridade. O valor que ele dá à minha presença ao seu lado em todo os momentos.
Em que momento sente ou sentiu mais a falta dela(e)?
Sinto falta dela sempre que não está perto de mim.
Dona Ester – Quando fui para o hospital ter as meninas.
O que mais o(a) incomoda nela(e)?
Nada, em especial. Não significa que ela seja perfeita. Às vezes, por conta de gostos distintos, somos teimosos.
Dona Ester – Nada, o aprecio em tudo. A minha fé é contagiada todos os dias por ele.
Quem é mais ciumento na relação?
Dona Ester – Quando éramos mais novos, era ele o ciumento.
Depois destes 39 anos, o que tem a dizer a ela(e)
Não sei viver sem você.
Dona Ester – Te amo verdadeiramente e a cada dia mais.
Fonte:  
IURD Portugal