sábado, 1 de agosto de 2015

Uma mulher qualquer


E o nome da mulher de Anrão era Joquebede, filha de Levi, a qual nasceu a Levi no Egito; e de Anrão ela teve Arão, e Moisés, e Miriã, irmã deles. Números 26.59

Normalmente, quando se quer falar de alguma mulher da Bíblia, os nomes que aparecem são os de Sara, Rebeca, Raquel, Ester, Rute, Débora… Pouco se fala de Joquebede, aliás, quase nada. Isso porque sua história está inserida numa história maior, e as pessoas acabam se atentando muito mais ao protagonista Moisés do que às pessoas que fizeram parte da vida dele.

Assim como hoje, muitos só conseguem enxergar aqueles que aparecem, não conseguem ver que outras pessoas contribuíram na história daquele homem ou daquela mulher de Deus.

Eu me identifico muito mais com Joquebede do que com Moisés, pois ela foi mãe como eu, e só por isso passou por diversos desertos…

– Ela viveu durante a escravidão do Egito e teve que ver seus filhos Arão e Miriã passarem por toda a humilhação de viver uma vida que não lhes pertencia. Se nos angustiamos quando nossos filhos tomam as decisões erradas na vida, imagina o que ela passou ao ver seus filhos não poderem nem tomar decisões?

– Quando Moisés nasceu, ela viveu a angústia de saber que a qualquer momento poderiam matar o seu recém-nascido por ordem de faraó. Então, ela o escondeu até não dar mais. Em vez de poder aproveitar os momentos felizes com aquele novo bebê, Joquebede sofreu ao escondê-lo de tudo e de todos.

– Chegou o dia em que ela teve que escolher em ver o seu filho morrer ou jogá-lo nas Mãos de Deus – literalmente. Ela o colocou no rio Nilo e confiou. Eu já passei por algo semelhante e posso dizer que não há dor maior para uma mãe do que ter que ver o seu filho partir, sem saber para onde vai, como vai ficar, como vai sobreviver, sem garantia alguma… só o Espírito Santo para nos sustentar nessas horas.

– Ela teve um alívio momentâneo ao receber seu filho de volta para amamentá-lo, mas sabia que esse tempo seria curto, e que, em breve, teria que devolvê-lo à princesa do Egito. Eu posso imaginar Joquebede dizendo a si mesma: “Não se apegue a essa criança…”, com lágrimas nos olhos, abraçando, beijando e cheirando a criança o tempo todo para compensar o pouco tempo que o teria em seus braços.

– Joquebede viu seu filho ser criado de longe por outra mulher e no meio de pessoas que odiavam o seu povo. Ela teve que ver seu filho amado adorar deuses falsos e viver como se ela não existisse até a sua vida adulta. Pois é, amigos, Moisés só saiu do palácio por volta dos 40 anos. Imagina, uma eternidade para uma mãe!

– E como se isso não bastasse, Joquebede ficou sabendo que seu filho teve que fugir do Egito sem ter notícias dele nos próximos quarenta anos (e, mesmo assim, ela deve ter morrido antes de vê-lo voltar para o Egito, pois a Bíblia não a menciona mais). Toda manhã ela devia se lembrar do filho e se perguntar: “Será que ele ainda está vivo?”.

Amigas, quando lemos a história de Moisés, não imaginamos o quanto custou para sua mãe toda a sua trajetória de vida. Ela fez parte da história de um homem que Deus escolheu para salvar o seu povo. Não seria uma história qualquer, ele não seria mais um homem, por isso o tamanho do sacrifício.

Sim, sacrifícios têm tamanhos.

Quanto maior o plano de Deus para sua vida, maior o sacrifício que Ele requererá de você. Quanto maior a luta, maior será a conquista. E o maior de todos os sacrifícios é confiar que Deus está no controle, mesmo quando tudo parece estar fora de controle.

Joquebede não foi uma mulher qualquer, nem eu quero ser.

Por Cristiane Cardoso