quarta-feira, 23 de junho de 2010

Empresas de internet da América Latina atraem investidores

 
Entre os fatores que tornam a região interessante estão uma mão-de-obra qualificada, custos menores de desenvolvimento e de infraestrutura e a sólida expansão do uso de aparelhos celulares e da internet.
 
Nos últimos meses, aumentou o volume de investimentos das venture capital (empresas de capital de risco) nas companhias de internet da América Latina. Como exemplo, a startup VivaReal, imobiliária online que opera no Brasil, México e Colômbia, recebeu 600 mil dólares (cerca de 1,06 milhão de reais) do investidor James Gray.

Sobre os motivos para o investimento, Gray afirma que, além do potencial do site, cujo tráfego vem crescendo rapidamente desde seu lançamento, em junho de 2009, enxergou grandes oportunidades de crescimento no mercado latino-americano. “O plano é abrir o capital em alguma bolsa, do Brasil ou dos Estados Unidos”, revela.

A companhia de investimentos Idea Ventures, baseada na Cidade do México, reforça a tendência. A organização analisa com atenção as startups de mídia social, de anúncios online e de conteúdo para dispositivos móveis. A meta é investir em uma companhia com musculatura do setor. “De uma forma geral, estamos muito otimistas com o mercado”, informa um dos líderes da Idea.

De acordo com o diretor da Latin American Venture Capital Association Ariel Muslera, alguns fatores atraem esses novos investimentos. Dentre eles, um grupo interessante de engenheiros de ciências da computação, custos menores de desenvolvimento e infraestrutura e uma sólida expansão do uso de aparelhos celulares e da internet.

Segundo Muslera, a América Latina está muito melhor posicionada hoje do que há cinco anos. “Além disso, há muito mais dinheiro disponível para investimentos de risco”, diz.

O presidente da Invest Tech, o brasileiro Miguel Perroti, acredita que o trabalho dos empreendedores nacionais rumo para garantir a governança e estar em conformidade com as regulamentações estão encorajando os investimentos. Sua companhia procura empresas com pelo menos 1 milhão de dólares em faturamento anual e que atuem nas áreas de e-learning, tecnologias de telemedicina, softwares para agrobusiness e aplicações móveis corporativas. “As operações nessas áreas de tecnologia estão mais eficientes e sólidas e as chances de sucesso desses empreendimentos são muito maiores”, avalia.

Alguns levantamentos confirmam as perspectivas positivas dos investidores. Em março, a comScore divulgou que o número de usuários de internet no México com mais de 15 anos cresceu 20% de 2008 a 2009, atingindo 15,5 milhões. A mesma companhia apresentou um estudo apontando que os sites brasileiros mais populares têm um porcentual substancial de visitantes de fora do País. Para completar, um estudo global sobre ferramentas de busca, apontou que os latino-americanos são os usuários mais frequentes dos mecanismos em todo o mundo. 
 
 Fonte:  IDG News Service