quarta-feira, 21 de julho de 2010

Novato(a) no volante?

Dois exercícios para ajudar com as marchas e os pedais. Olhar para o câmbio e errar a sincronia entre embreagem e acelerador podem ser corrigidos fora do carro.
Ao menos duas dificuldades são comuns à maioria dos novatos ao guiar um carro: olhar para o câmbio na troca de marchas e a falta de sincronia ao combinar o movimento dos pedais da embreagem e do acelerador, o que faz o veículo morrer ou sair aos solavancos.

Para reduzir essas dificuldades, Renato Manzini, do Centro Pilotagem Roberto Manzini, meu instrutor na série Do medo de dirigir ao autódromo, ensina dois exercícios básicos para fazer fora do carro. “São técnicas simples, mas que melhoram significativamente a segurança do motorista iniciante”, afirma.

Receita de piloto


Câmbio – O para-e-anda no trânsito e o desnível das ruas brasileiras exige do motorista habilidade no câmbio manual, especialmente para sair com o carro em ladeiras e nas reduções. Para que o engate fique automático, Renato aconselha fazer o seguinte exercício, fora do carro. “Segure uma caneta sobre uma superfície rígida – de preferência na posição, distância e altura que estaria dentro do veículo – e simule as trocas de marchas em diversas situações, simulando e mentalizando o nome de cada uma delas, sem olhar para a caneta”. O ideal, segundo o instrutor, é reproduzir e decorar todas as possibilidades, indo da primeira à quinta marcha, da quinta à primeira, da quarta à segunda (em situações, por exemplo, em que você está no plano a 60 km/h e é surpreendido por uma subida). “O treino proporcionará uma evolução significativa ao motorista ao automatizar esses movimentos”, explica Renato.

Pedais – O bicho-papão dos novatos ao volante é deixar o carro morrer por falta de habilidade com a embreagem e o acelerador. Para evitar a falha, eu tinha a mania de, mesmo sob o sol forte, fechar todos os vidros do carro, desligar o rádio (para escutar o tal “ponto” da embreagem) e não ligar o ar condicionado (o carro, especialmente o 1.0-litro, perde fôlego e é preciso acelerar muito mais para sair). “Essa dificuldade é muito comum no início, já que não estamos acostumados a pensar nos movimentos dos pés ou dar comandos a eles”, diz o instrutor. A solução pode estar no treino, em casa, com uma almofada. “Ela não pode ser nem muito dura, nem muito macia. Deve permitir a pressão dos pés sem ceder totalmente a eles. Então, apóie os dois pés sobre a almofada e treine levantar o pé esquerdo (embreagem) ao mesmo tempo em que pressiona o direito (acelerador). A repetição do exercício vai deixar o movimento mais natural e automático”, garante Renato.

Primeira viagem

Os exercícios causam certo estranhamento no primeiro minuto de treino, depois o corpo vai se adequando e respondendo mais mecanicamente. Repeti o exercício por 20 minutos (dez para cada um) durante cinco dias. No carro, a primeira mudança percebida é o aspecto psicológico, já que me senti mais preparada e confiante. Na prática, os olhares para o câmbio reduziram drasticamente. A confusão fica ainda como saber, em algumas situações, qual o momento certo da troca de marcha ou da redução (esse assunto fica para a próxima semana). Com os pedais, já sinto confiança para danificar menos minha embreagem e só tenho ansiedade para achar o ponto em subidas muito íngremes.

Receita aprovada. Agora é sua vez de colocar mãos e pés à obra. Boa sorte!

Texto: Andréia Jodorovi
Fotos: Renato Takahashi

Apoio: Centro Pilotagem Roberto Manzini.
São Paulo: 11 - 5667-5353
Brasília: 61 - 3965-9666

Fonte:  Webmotors