Eu sempre tive vontade de poder ler durante as "viagens" de ônibus, metrô ou carro. Fico pensando na quantidade de livros e revistas que poderia ler durante o tempo que estou "viajando" para casa ou para o trabalho!
Pesquisando um pouco sobre o assunto, percebi que não estou sozinha nesta "condição".
Quais são os sintomas? Enjoos, tonturas.
Segundo o site do Dr Drauzio Varella:
A pessoa consegue manter o equilíbrio porque seu cérebro recebe um conjunto de informações que processa para definir qual é a posição dela no espaço. Quais são essas informações? São informações táteis, essas percebidas pela pele e que chegam através dos músculos e articulações, as óticas (por isso quando fechamos os olhos podemos perder a noção do equilíbrio) e as auditivas que vêm através dos sons.
Para entender melhor o que é labirintite, uma doença que pode comprometer o equilíbrio, é preciso conhecer um pouco a anatomia do ouvido interno, atrás da membrana do tímpano. Ele é constituído pela cóclea, uma estrutura enovelada semelhante a um caracol que contém as terminações do nervo auditivo, e por três canais semicirculares. Logo abaixo deles está o vestíbulo.
Todas as células que revestem essas estruturas têm a característica de receber as ondas sonoras que fazem vibrar o tímpano e, identificando essas vibrações, transformá-las em estímulo nervoso, em sinal elétrico que através do nervo auditivo alcança o cérebro onde são decodificados os impulsos recebidos.
Quando essas estruturas sofrem processos inflamatórios, infecciosos, destruições ou compressões mecânicas podem provocar os sintomas próprios da labirintite.
Todas as células que revestem essas estruturas têm a característica de receber as ondas sonoras que fazem vibrar o tímpano e, identificando essas vibrações, transformá-las em estímulo nervoso, em sinal elétrico que através do nervo auditivo alcança o cérebro onde são decodificados os impulsos recebidos.
Quando essas estruturas sofrem processos inflamatórios, infecciosos, destruições ou compressões mecânicas podem provocar os sintomas próprios da labirintite.
Mas, no entanto, o que eu descrevi no inicio deste post, não é labirintite, leia abaixo a resposta do Dr Antonio Douglas Menon ao Dr Drauzio Varella:
Drauzio – Crianças que ficam tontas dentro de automóveis em movimento, por exemplo, ou pessoas que começam a ler durante uma viagem e ficam tontas estão tendo uma crise de labirintite?
Antonio Douglas Menon – Isso não é labirintite. É uma doença do movimento que se chama cinetose, sem ligações com as doenças vestibulares do labirinto. Acomete pessoas que em determinadas condições de movimento apresentam manifestações neurovegetativas caracterizadas por tonturas, náuseas e vômitos.
A cinetose é uma patologia bastante comum e relacionada com a enxaqueca. Crianças e jovens com esse tipo de problema, geralmente, na idade adulta ou na puberdade, têm crises de enxaqueca.
A cinetose é uma patologia bastante comum e relacionada com a enxaqueca. Crianças e jovens com esse tipo de problema, geralmente, na idade adulta ou na puberdade, têm crises de enxaqueca.
Drauzio – Como se trata a cinetose?
Antonio Douglas Menon – Previnem-se as crises com drogas, principalmente com dimenidrato. Nos navios e aviões, costuma haver comprimidos desse medicamento à disposição dos passageiros com sintomas de cinetose.
Drauzio – O mal-estar que as pessoas sentem num barco balançando está associado à labirintite?
Antonio Douglas Menon – Não. Esse mal-estar, chamado de motion sickness, também é desencadeado por mecanismo neurovegetativo.
Drauzio – Você disse que esses episódios têm relação com a enxaqueca?
Antonio Douglas Menon – Estudos mostram que de 60% a 80% das crianças com a chamada vertigem postural da infância, na fase adulta, manifestam alguma forma de enxaqueca. Esse é um dado muito importante para diagnóstico e tratamento.
Drauzio – Crianças com cinetose têm prevalência alta de enxaqueca na vida adulta. O problema pode desaparecer com o crescimento?
Antonio Douglas Menon – Pode desaparecer com a idade por mecanismos que ainda não conhecemos direito. É mais ou menos o mesmo que acontece com a enxaqueca. Sabe-se como acontecem as crises, quais são as alterações vasculares e os fatores desencadeantes, e que existe uma tendência familiar para o problema, mas não se descobriu ainda sua causa.
Drauzio – No caso da labirintite, identificado o elemento causador da doença, o tratamento cura as pessoas?
Antonio Douglas Menon - Identificada a causa e estabelecido o tratamento adequado, a doença desaparece. Quando a causa não é evidente, é preciso ficar atento, fazer alguns exames e não deixar de fazer o diagnóstico porque existem doenças no sistema nervoso central que podem provocar manifestações no labirinto. Entre elas destacam-se esclerose em placas, tumores no nervo auditivo, no cerebelo e nas áreas do tronco cerebral, além de doenças imunológicas.
Crianças que manifestem quadros de tontura constante e desequilíbrio exigem uma avaliação clínica bastante detalhada porque alguns tumores podem provocar esses sintomas. Afastada a hipótese de vertigem postural ligada à enxaqueca e de cinetose, se os sintomas persistem, elas devem ser examinadas não só pelo otorrinolaringologista, mas também por neurologistas. Vertigem em criança deve ser levada a sério.
Crianças que manifestem quadros de tontura constante e desequilíbrio exigem uma avaliação clínica bastante detalhada porque alguns tumores podem provocar esses sintomas. Afastada a hipótese de vertigem postural ligada à enxaqueca e de cinetose, se os sintomas persistem, elas devem ser examinadas não só pelo otorrinolaringologista, mas também por neurologistas. Vertigem em criança deve ser levada a sério.
Hummm, agora entendi! rs
Créditos e Fontes:
- Site do Dr Drauzio Varella
- Site do Dr Drauzio Varella
Drauzio Varella (São Paulo, 1 de janeiro de 1943), é um médico oncologista e escritor brasileiro, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV. Foi também um dos fundadores da Universidade Paulista e da Rede Objetivo, onde lecionou física e química durante muitos anos.
Antonio Douglas Menon é médico otorrinolaringologista e trabalha no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo.- Charge "Labirintite" do Site Grafar